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Afrocosmopolitismo
Afrocosmopolitismo

O conceito se fundamenta na filosofia Ubuntu, a  partir do olhar afroperspectivado do sujeito conhecedor de sua história e de suas raízes, delimitado pela circularidade das circunstâncias de seu lugar no mundo. 

 

Essa é a proposta final da produção do Filme "pele Negra, Máscara branca" na saga que se segue a primeira parte intitulada de "Pele branca, Máscara Negra" que vem a ser uma contra narrativa do sistema funcional do discurso produzido por nosso idioma que nos brinda cinicamente com a retórica de termos como afrodescendência, afro-brasileiro, étnico, cotas, ações afirmativas e afins, que perversamente incluem na teoria o indivíduo preto excluindo na prática o sujeito de cor; Usando para isso o expediente de definir com bases genotípicas[i] a classificação de tal indivíduo a fim de burlar a construção social fundamentalmente fenotípica[ii] na qual se deu a construção da imagem desse sujeito.

 

Tais conceitos, mediado pelo sistema funcional de nossa língua, envernizam as inúmeras formas de violências, violências estas apresentadas em forma de lei, que proporcionam em seu caput a essência de todas as infâmias escravocratas da história do mundo.

 

As palavras, que em seu conceito procuram reduzir sua significância, de maneira que possam formatar definições apropriadas a fim de atender as demandas das elites nos seus privilégios e caprichos, reivindicando para si as africanidades e suas potencialidades, outorgando-se dessa maneira, ao exercício hipócrita da imoralidade caucasiana da manutenção do poder sem pudor. Transformando as leis numa benesse particular, enquanto perpetua a exclusão do elemento padrão[iii]; aquele fenopticamente fora do padrão da branquitude; o negro.

 

Esse homem de cor que foi alijado de seu solo, de sua casa, de suas roupas, de sua própria língua, de seu próprio nome e de si mesmo, foi considerado um analfabeto e selvagem que nunca aprendeu a ficar calado, a sofrer passivamente, nem a ser submisso da maneira conveniente. Enfim, um asno que não consegue aprender a alta cultura nem assimilar a branquidade necessária a sobrevivência sobre o jugo de um branco senhor qualquer.

 

O fato de não saber ler o mundo caucasiano, por não dominar a língua do opressor; seu principal instrumento de poder; uma vez (o negro) alijado de sua própria língua, recriou a língua do dominador, tendo uma vez assimilada a mesma (língua); mas a alma do mundo branco não é sua alma; a forma do mundo branco não é sua forma; a memória do mundo branco não é sua memória; o significado da língua branca não lhe concede a devida significância.

 

Portanto, a tentativa dolorosa e dolosa da ação imoral coercitiva de se formatar um quadrado retângulo dentro do círculo mantendo suas propriedades (do quadrado), tornou-se uma tortura natural e necessária da indolente branquitude em face de pungente negritude que lhe é uma constante ameaça.

 

Cada lei, cada artigo é um insulto disparado à queima roupa na face negra, e uma violência oficialmente decretada a esse povo de melanina acentuada. O juridiquês codificado pela branquitude é a plenitude do infame comércio convertido em sistema capitalista e a mais completa coroação do cinismo eurocêntrico.

 

Nossos idiomas, falado e escrito, são armas carregadas e calibradas com munições habilmente modificadas pela taxionomia dos infames rótulos brancos. Cada pedido de paz branco é a tentativa do silenciar da voz negra; cada benesse outorgada, cada generosidade caucasiana é um ardil, uma vilania, uma violência subliminar e um calculado hepistemicídio.

 

Se não conseguirmos, nós negros, ler nos brancos das entrelinhas caucasianas em suas vis armadilhas amorais, sorveremos o veneno da maçã do paraíso e como desnudos casais nubentes, tomaram nosso paraíso celestial terrestre, como aquele vigarista tinhoso que prometeu um extenso pomar além das grades da prisão na qual hoje entramos voluntariamente.

 

 

 

[i] Identificação com base no gene.

[ii] Identificação baseado na aparência.

[iii] O jargão usado pela polícia militar do Rio de Janeiro para se referir a um suspeito negro.

 

Ninfas

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Amo as mulheres de qualquer tipo, de qualquer raça, de qualquer cor; nem por todas sou amado.

Amo a saudade, amo os meus queridos.

Cléia a dos olhos verdes, Lourdes, a morena; a Lourdes branca; a Neusa; a Adailgisa; a Luíza da farmácia; a Carmem que fazia rendas; a Aninha, a Joaninha da torre... 

Hoje amo outros nomes, a Margarida da casa, a Margarida da rua. amo a cachaça boa, o café quentinho... Odeio o opressor..!!

(Solano Trindade)

 

Paratodas

 

 

 
 
“Brasil, país multicolorido de
Branco; Europa, continente multicolorido de Loiro.
EUA, país multicolorido de olhos azuis.
Multiculturalismo branco, loiro e de olhos azuis.
Bandeira branca do anjo loiro, que olha a terra azul sem enxergar o mundo negro.
África; continente negro, onde surgiu o primeiro homem, a primeira família, a primeira sociedade, o café, a cerveja, linho, a matemática, a medicina, o teatro, o sabonete, a música, a dança, a vida...”
Ubuntu

 

 

 


 

 

Rompendo o silêncio histórico do povo melaninoso, protagonizando o outro ponto de vista de uma outra história que se evita ser contada, afrocentrizando o olhar paradigmático sobre a representação cultural oficialmente formatada, patenteada e legítima como única.




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