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Diversificabilidades: probabilidades provocativas.



Apresentação:
Era uma vez...
Owbaa Coocoo como era chamado o navio Negreiro, era uma prisão, uma masmorra flutuante, também conhecido como Tumbeiro, visto que dos 12,4 mil brutalmente encarcerados e transportados do séc. XVI ao Séc. XVIII, cerca de 4,5 mil vidas se “perderam” durante a passagem pelo meio, o oceano atlântico, também chamado de Grande Calunga pelos africanos. 
Esses homens, mulheres e crianças vieram nus, sem nome, sobrenome ou religião, tendo que se recriarem para sobreviver a toda sorte de torturas e abusos.
Nossa herança, como afrodescendentes, se concretiza nessa recriação contínua para sobreviver ao repto do Owbaa Coocoo refletido nas águas dos sorridentes olhos daqueles que se locupletam, se beneficiando dos regalos dessa prisão oficializada e institucionalizada na forma implícita da lei.
Para fugir desse Tumbeiro é necessário mergulhar nas águas profundas de si mesmo, fazendo o regresso através do Grande Calunga infestado de tubarões, que são nada mais que medos formados por dogmas e paradigmas; medos que violentam, impedindo o indivíduo de tornar-se sujeito; medos que acorrentam os conformados, quando refletidos nos espelhos sociais postos e impostos a sua volta, medos que faz perder sua própria imagem, perdendo sua identidade. 
Assim é a história de Black Bela que mergulhou em si, resgatando-se de afogar no alto-estima prostrado a seus pés de forma extremamente hábil, sem que ela se dê conta de ter sido cooptada a ingressar num pós-moderno Owbaa coocoo, sofrendo todos os requintes de aviltamentos e anulações possíveis, quando encarcerada no espelho do Narciso psicossocial.
Nossa história mostra a passagem do meio realizada uma mulher negra de sucesso, que mesmo após conquistar seu espaço magno na sociedade, acreditava nesse reflexo padrão de qualificação imposto pela Nau Capitânia. 

 

Uma história dividida em duas partes: A primeira parte intitulada "Pele branca, Máscara Negra" e a segunda parte intitulada "Pele Negra, Máscara branca".

 

A primeira parte aborda a história de uma mulher branca e uma mulher negra, que veem seu oposto no reflexo das telas; nos espelhos e vitrines da vida; e seu processo único de redescoberta e mutações das muitas pessoas dentro da pessoa. A segunda parte é a inversão da primeira quando trazemos a história para fora do espelho onde ela ocorre no primeiro ato.

Esperamos poder trazer um excelente momento de reflexão, pontos de vistas e novas perspectivas nesse assunto tão vívido, vivido e revisitado, como não poderia deixar de ser...

O intuito do espelho é provocar a reflexão, tal como quando falamos do sorriso negro, do abraço negro, do humor negroa... E como seria seu reverso...!

Vamos falar de humor; não do batido HUMOR NEGRO, mas sim, do HUMOR BRANCO. Escolho o humor branco por que os brancos se divertem bastante fazendo piadas de Negros, portanto, já que são tão bem humorados, faremos agora nossa piada com esses branquelos. Acredito que, como nós negros, eles não se sentiram constrangidos. 

 

Observando uma sugestiva imagem onde o autor, com sua alva ideia branca, mostra a figura de três homens negros num tribunal: o réu, um policial e um advogado; afirmando abaixo da figura com letras garrafais que o futuro de uma pessoa não se define por sua cor, mas sim por suas escolhas: sentiram que a piada vai ser muito boa, né...!??

 

Nesse caso, vamos observar as fotos dos livros, revistas, comerciais, novelas e filmes onde o negro é meticulosamente escrachado, desqualificado e desumanizado, e imaginar pessoas brancas no lugar dessas pessoas negras retratadas. Vamos pegar os branquinhos e criar subterfúgios, instrumentos, estruturas a fim de impedir sua expressão e mobilidade social; vamos encarcerá-los em favelas cercadas de homens armados, alegando ser para sua própria segurança.

 

Vamos falar de sua história como escravos brancos torturados e humilhados; vamos fazer filmes, novelas e comerciais onde eles apareçam como empregados brancos, bandidos brancos, malandros e subalternos brancos; só permitiríamos que eles pudessem jogar futebol, sambar e fazer músicas para que nós pudéssemos ganhar muito dinheiro com suas habilidades, além de incentivar outros branquinhos a fazer o mesmo, para que nossos lucros possam aumentar cada vez mais, para que possam pensar nas possibilidades de ser alguém na vida, sem pensar em competir conosco, nas nossas profissões; nem pensar em cidadania ou coisa parecida.

                               

Pronto. Branquinho agora vai poder até entrar num sistema de cotas para que possam se empretecer e pensar mesmo que podem  chegar a ser alguém, contando que não ameacem o status dos donos do poder. Ou seja, não nos incomodem com chorumelas de igualdade, verdade e fraternidade. Já que a única verdade é a nossa, fraternidade só com o poder negro e igualdade idem. Claro que permitiremos as passeatas como válvula de escape, já que ninguém é de ferro...

 

Desse modo, quando branquinho reclamar muito, a gente pega aquela primeira imagem e faz uma mega produção trocando a cor das três pessoas pretas por três brancas e afirma em alto e bom som que "a cor da pele não define o futuro de uma pessoa, mas sim, as suas escolhas"... Simples assim...!!

 

Branquinho vai se confortar e acreditar nisso. Pronto. Tá tudo bem... Afinal, a ciência da meritocracia é infalível, desde que o infeliz não comece a pensar no significado e na significância dessa ciência salvadora do poder negro pré-estabelecido...

 

Sendo assim, vamos convencer a esses branquelos coitados que sua posição social nada tem haver com a cor de sua pele, e que ele pode conseguir tudo que ele quiser na vida, basta acreditar, ler todos os livros de autoajuda escritos por nós, pagar os dízimos e ofertas em dia, que tudo vai ser possível. Se não nessa vida, na próxima talvez...Ou na outra...!!

 

Pronto. Já estou de bom humor... Humor Negro é isso... Fazer piada com branquinho dá ibope e deixa qualquer um com a autoestima lá nas nuvens... Não que eu seja "racista ao contrário", como costuma dizer esses coitados branquinhos vitimizados... Afinal, já tive um bisavô que era branco; até tenho alguns amigos brancos, e até já namorei uma branquinha só pra ver como ela era na cama... Então, não posso ser racista ao contrário, nem dá pra ser, já que o racismo sempre foi de mão única... Acredito até que somos todos iguais...Tudo é raça humana...!!

 

Independente disso, nossa missão será a de encher as cadeias do país com esses branquelos que insistem em viver fora do nosso sistema de controle social, tudo em nome da (nossa) segurança. Além dos animais soltos nas ruas, temos agora que nos preocupar com esses branquelos soltos por ai, nas nossas ruas, durante a noite, nos nossos ônibus, trens, metrôs e nas nossas praças "públicas"... São umas pragas... Agora temos que contratar cães de guardas (negros) para nos proteger e tratar desses refugos sociais em que se tornaram esses branquelos marginais... E isso não é piada... É verdade, eu acredito...!!

 

Por isso, a importância de se criar urgentemente mais leis que façam essa contenção para que se mantenha a ordem e o progresso a todo e qualquer custo, gastando o que for necessário, exatamente como foi na nossa propaganda da abolição instituída pela lei áurea; como foi a lei do sexagenário (... rsrsrrs...desculpem o riso, não pude conter...); a lei do ventre livre e tudo mais. Portanto, vamos continuar nosso legítimo projeto de cooptação e assimilação através dessas ações afirmativas, de cotas e dessas baboseiras que branquinho gosta bastante.

 

Afinal, temos que cuidar de nossa cultura preta, de nossa família, religião e de nossa alimentação dominical, para que possamos ser um país próspero, saudável, e o poder negro continue a ser perpetuar por séculos e séculos agora e sempre, axé...!!

 

É só omitir que as escolhas deles são feita por nós... Dessa maneira, sem saber de nada (e sem saber que não sabem) vão pensar que têm escolhas e que fazem mesmo essas escolhas; assim, vamos tornando essas pobres vítimas em vitimizados e coitadinhos. Tai, tudo bem... Viva a distopia...!!!

E que Obatalá, Nzumbi e Oxalá nos guie sempre...!! ... SARAVÁ...!!

Incomodou..!?? Pois é exatamente isso de que estamos falando: de uma QUESTÃO INCÔMODA...!!

 

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Amo as mulheres de qualquer tipo, de qualquer raça, de qualquer cor; nem por todas sou amado.

Amo a saudade, amo os meus queridos.

Cléia a dos olhos verdes, Lourdes, a morena; a Lourdes branca; a Neusa; a Adailgisa; a Luíza da farmácia; a Carmem que fazia rendas; a Aninha, a Joaninha da torre... 

Hoje amo outros nomes, a Margarida da casa, a Margarida da rua. amo a cachaça boa, o café quentinho... Odeio o opressor..!!

(Solano Trindade)

 

Paratodas

 

 

 
 
“Brasil, país multicolorido de
Branco; Europa, continente multicolorido de Loiro.
EUA, país multicolorido de olhos azuis.
Multiculturalismo branco, loiro e de olhos azuis.
Bandeira branca do anjo loiro, que olha a terra azul sem enxergar o mundo negro.
África; continente negro, onde surgiu o primeiro homem, a primeira família, a primeira sociedade, o café, a cerveja, linho, a matemática, a medicina, o teatro, o sabonete, a música, a dança, a vida...”
Ubuntu

 

 

 


 

 

Rompendo o silêncio histórico do povo melaninoso, protagonizando o outro ponto de vista de uma outra história que se evita ser contada, afrocentrizando o olhar paradigmático sobre a representação cultural oficialmente formatada, patenteada e legítima como única.




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